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WAKE UP and BREATHE !

11/10/2011

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A edição de 12 de janeiro de 2008 da revista The Lancet  publicou os achados de um estudo sobre pacientes sedados e ventilados mecanicamente em UTI. Esse clássico estudo mostrou que quando se interrompia diariamente a sedação destes pacientes, abordagem até então pouco utilizada na maioria das unidades de medicina intensiva, os benefícios desta estratégia para os pacientes eram incríveis.
O estudo foi realizado no Saint Thomas Hospital - The Awakening and Breathing Controlled (ABC) trial - e foi o primeiro estudo que mostrou redução na mortalidade com MENOS sedação. Os pacientes que participaram do protocolo "acorde e respire" permaneceram, em média, quatro dias a menos internados em UTI e três dias a menos em ventilação mecânica que os pacientes do "protocolo-padrão" - abordagem infelizmente ainda comum em muitas UTIs brasileiras (marter o paciente sedado ad eternum).
Estimativas apontam que para cada sete (07) pacientes onde seja adotada a estratégia do ABC (Awake and Breathe Controlled trial), uma vida é salva por ano segundo Wes Ely, M.D., M.P.H., professor of Medicine at Vanderbilt University, um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo.
Via de regra, pacientes são tipicamente sedados em UTI como uma forma de mantê-los mais confortáveis e seguros. A equipe de fisioterapia é responsável por realizar testes diários que avaliem a capacidade do paciente de ventilar espontaneamente e, se possível, "respirar" espontaneamente (um processo conhecido como interrupção da ventilação mecânica, mais abrupto e em tese, mais eficiente que o famigerado "desmame" da ventilação mecânica) sem a assistência ventilatória mecânica. Também cabe à equipe de enfermagem a responsabilidade sobre o controle do nível de sedação. Perguntas do tipo: "posso suspender a sedação hoje?' ou "o paciente precisa permanecer sedado hoje?" devem fazer parte do check-list dos enfermeiros intrensivistas. Uma das grandes vantagens deste estudo foi envolver os fisioterapeutas e enfermeiros no processo de "despertar e respirar" diário dos pacientes.

Vanderbilt coordenou este trabalho, que envolveu 336 pacientes internados em UTI em quatro grandes centros médicos nos EUA : Saint Thomas Hospital, University of Chicago Hospitals, Hospital of the University of Pennsylvania e Penn Presbyterian Medical Center.


“Wake up and breathe” for patients with respiratory failure
http://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736%2808%2960619-4/fulltext


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Erros na administração de medicamentos: mais comum do que se imagina

7/18/2011

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Valentin A, Capuzzo M, Guidet B, et al. Errors in administration of parenteral drugs in intensive care units: multinational prospective study. BMJ 2009;338:b814

Sabemos da notícia sobre administração equivocada de medicamento em uma jovem com diarreia infecciosa, atendida em Setor de Emergência. Administrou-se vaselina líquida, ao invés de soro de reidratação. A vaselina é oleosa, não se mistura com água e causou embolia pulmonar gordurosa de grande monta, com consequente morte da paciente.Este caso causou comoção, porque ninguém espera chegar a um hospital para se tratar e acabar falecendo do tratamento, e não da causa da admissão. Muitos acham que este fato foi inédito, mas infelizmente não é a realidade.

Valentin e colegas realizaram um estudo multicêntrico, observacional de 1 dia (113 UTIs de 27 países) com 1328 pacientes, com participação também do Brasil (3 UTIs e 60 pacientes). O objetivo foi informar erros de medicação durante 24 horas nas UTIs, tanto errros de omissão quanto de admnistração. Os erros foram classificados como:
1 - dose errada; 2 - medicação errada; 3 - via de administração errada; 4 - tempo de administração errado; 5 - ausência de administração.
Observava-se os possíveis efeitos deletérios aos pacientes e a ocorrência de efeitos adversos. Certos procedimentos de segurança para administração de medicamentos foram perguntados por questonário próprio a médicos e enfermeiros. Características dos pacientes e também da estrutura das UTIs foram analisados.

Alguns resultados chamam a atenção:
- apenas 33% das prescrições eram informatizadas
- apenas 23% das medicações foram preparadas por farmacêuticos
- 39% das UTIs não tinham área de preparo exclusivo de medicações
- 14% dos serviços não identificavam as seringas com as medicações a serem utilizadas

Foram 861 erros em 441 pacientes. Isto significa que 1 a cada 3 pacientes sofre algum tipo de erro, seja com ou sem consequências. A estimativa é de 74,5 eventos por 100 pacientes/dia. Cerca de 80% das UTIs notificaram algum erro. 14% dos pacientes sofreram com mais de 1 erro naquelas 24 horas.

Quando o erro com medicamento ocorre ? Na verdade, em nenhum momento especial, ou seja, quando a equipe faz coisas de rotina com o paciente - 69% dos erros. A via mais perigosa é a intravenosa, como já se esperava, e antibióticos e sedativos foram as classes mais implicadas em erros. Fadiga, número reduzido de profissionais de enfermagem e conflitos da equipe foram frequentemente associados aos erros (32%), mas 18% dos erros foram por conta da troca recente do nome das medicações !

Em 12 pacientes houve dano permanente ou morte - o que traduz 1% de todos os pacientes. Os autores analisaram que a relação enfermeiro/paciente reduzida e a falta de um sistema de notificação de erros são fatores que influenciam a ocorrência de erros. Pacientes graves, com prescrição de muitas medicações, são aqueles que estão em maior risco de eventos adversos com erros de medicações.

A conclusão do artigo traduz o que acontece e o que deve ser feito:

"Parenteral medication errors at the administration stage are common and a serious safety problem in intensive care units. With the increasing complexity of care in critically ill patients, organisational factors such as error reporting systems and routine checks can reduce the risk for such errors".

Esperamos que se revise este erro anunciado na imprensa, de modo que todos os profissionais de saúde pensem em uma estrutura organizacional mais segura, seja nas UTIs como em outros setores do Hospital. Frequentemente, os erros ocorrem por culpa de processos do que por erros individuais.
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    Gerenciado por:

    Dr. Flavio Monteiro  de Oliveira Jr, Médico intensivista da USAN
    e
    Dr. Fernando Ramos Gonçalves, Enfermeiro intensivista da USAN.


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